News & Events
O Java está morto ou em estágio Zumbi avançado?
- 25 de novembro de 2015
- Posted by: Adriano Santos
- Category: Notícias
Afirmar que uma determinada tecnologia, linguagem ou IDE (Integrated Development Environment) está fadada a morte é quase como dizer que existe vida em outros planetas e que extraterrestes nos visitam todos os dias: há os que acreditam, os que não acreditam e os que não estão nem ai com isso. Isso acontece porque o mundo tecnológico vem sendo altamente modificado e modernizado em uma velocidade surpreendente.
O Java está morto ou em estágio Zumbi avançado?
É o que vem acontecendo com o Java nos últimos tempos. Sem dúvida nenhuma Java é uma linguagem extremamente popular nos dias de hoje, vide Figura 1 que mostra a linguagem no topo do ranking TIOBE, um dos mais conceituados e respeitados do mercado. Entretanto Ela vem sofrrendo algumas baixas. Começando pelos dois principais browsers de mercado que já anunciaram o NÃO suporte em suas próximas versões.
A gigante das buscas, Google, foi a primeira a anunciar (fontes 1 e 2) o não suporte e a desativação por default (padrão) de plug-ins baseados na tecnologia NPAPI, criada há muito tempo inicialmente para o antigo e morto navegador Netscape. O suporte a essa tecnologia vem desativado a partir da versão 42 do browser, o que faz com que sites que utilizem Java como plug-ins, principalmente teclados virtuais, parem de funcionar. Evidentemente há formas de reativar o recurso, mas já é uma primeira apunhalada na linguagem.
Na sequencia veio o anúncio do Firefox, desenvolvido pela equipe Mozilla Foundation. A Mozilla informa que a partir de 2016 o mesmo recurso NPAPI informado anteriormente será desativado em seu browser resultando em mal funcionamento de sites que o utilizem (fontes 1 e 2).
Safari, o browser da Apple, nem se fala. Há tempos que vem desativando e deixando de dar suporte a Java em suas versões.
Seria de fato o fim do Java? Talvez sim, talvez não. A bem verdade é que a ferramenta vem sofrendo diversas quedas no últimos anos. Isso é bastante comum nesse mercado. Mas enquanto a própria desenvolvedora/mantenedora do produto não se pronuncia, todo mundo vai levando com a barriga. Acontece que o problema começa a ficar mais sério quando a própria empresa owner (proprietária) da tecnologia anuncia sua morte ou a diminuição de recursos financeiros na ferramenta/linguagem/tecnologia.
A Oracle, atual owner, soltou algumas notas nos últimos tempos. Algumas informando um leve desinsteresse na linguagem. Os rumores se iniciaram em 30 de Setembro, quando a Oracle anunciou a demissão de alguns evangelistas (em inglês). Um ex-funcionário de alta patente, segundo o post no ITWorld, informou que a Oracle está focando suas forças em Cloud para concorrer com empresas e serviços do tipo Salesforce e que o Java não fará parte da iniciativa. Também informou que os investimentos em Java EE (Enterprise Edition) e JCP (Java Community Process) cairam bastante. Essas e outras informações foram conseguidas exclusivamente pela SDTimes na íntegra.
Será o fim do Java?
Talvez sim, mas a resposta mais sabia talvez seja: quem sabe? :D. Na minha opinião é uma pena, apesar de trabalhar há muito tempo com outras linguagens, tenho ciência que há muitos sistemas bem desenvolvidos com um pouquinho de café e muitas, muitas linhas de código. A morte de qualquer tecnologia sempre é uma perda para o mercado e ocasiona problemas. Eu costumo dizer que a grande vantagem do Java é ser multi-plataforma e a grande desvantagem é ser: multi-plataforma. Isso porque muitas vezes o sistema acaba sendo rápido em uma plataforma e em outra não, ou funciona bem na primeira e na segunda não.
Enfim, software ruim existe em qualquer linguagem. Coloque um programador porco com pouca experiência em sua equipe e ele irá criar um software mal projetado, bugado e sem qualidade, seja em Java ou qualquer outra linguagem.
Morto ou não, bola pra frente.
#GoToDelphi
Errata: No início do artigo, mencionei erroneamente a sigla IDE. O correto é Integrated Development Environment e já foi corrigido no artigo.